terça-feira, 6 de agosto de 2013

TENHO RECEBIDO ALGUNS E-MAILS E COBRANÇAS NO MEIO DA RUA: CADÊ VOCÊ BICHO DE PÉ? O BICHO DE PÉ ANDA REALMENTE MEIO SUMIDO, OU MUITO SUMIDO, NÃO POR FALTA DE OPINIÃO OU OMISSÃO AOS FATOS. ACREDITO QUE NÃO É A HORA DE UM GRANDE MANIFESTO, MAS MUITAS VEZES FICO DESCONTENTES COM AS MAZELAS GERADAS AO NOSSO POVO, PRINCIPALMENTE ONDE MENOS DEVERIA, SAÚDE E EDUCAÇÃO. AGORA É HORA DE FAZER MAIS E FALAR MENOS, PARA DEPOIS PODERMOS COBRAR NA MESMA INTENSIDADE.

NO MOMENTO DEIXO UM ABRAÇO A TODOS...

YURE NICOLAU

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Lula, o diabo, o bom Deus, o acordo com Judas, com Sarney, com Collor etc.


Por Reinaldo Azevedo

Vejam esta foto.
Por que ela está aí? Já explico. Antes, algumas considerações.
Lula fez ontem uma espécie de ameaça velada em Paris: “Ou vocês me deixam quieto ou corro pra galera; ou vocês param de encher o meu saco, ou vou buscar a imunidade nas urnas…”. Mas se candidatar a quê? Trato disso em outro post.
Notem: até agora, não aconteceu com Lula nada que esteja fora das mais estritas regras legais. Até agora, a imprensa “golpista” não fez com ele nada que não tenha feito com outros políticos. Na verdade, talvez nem seja bem assim: quando se trata de Lula, o tom é sempre mais cuidadoso.
Então de onde vem essa gritaria toda, anunciando uma suposta conspiração contra o ex-presidente? Parte considerável deriva do subjornalismo financiado pelo governo federal e por estatais — mais violento e dado a baixarias na gestão Dilma do que na própria gestão Lula, por incrível que pareça. Mas há também ecos na imprensa que os petistas chamam “golpista”. Lá estão alguns colunistas a apontar o suposto preconceito contra Lula, os maus bofes da direita, as maldades dos reacionários…
É uma gente que seria pitoresca não fosse a má consciência. Direita? Reacionários? Elites preconceituosas? Pois é… Eu me lembrei de um texto que escrevi no dia 23 de outubro de 2009. E estou aqui lamentando não tê-lo incluído em “O País dos Petralhas II”. O título original é “O diabo e o bom Deus” (já fiz referência a essa expressão hoje). Analiso uma frase de Lula que fará história. Segundo ele afirmou então, se Jesus fosse político no Brasil, faria acordo com Judas. Naqueles dias, o então presidente já fazia campanha eleitoral aberta em favor de Dilma, mandando a lei às favas. Vale a pena reler. Especialmente quando, depois de 22 anos, José Sarney vai experimentar um fim de semana prolongado à frente da Presidência da República. Ao texto.*A declaração estúpida de Lula, segundo a qual, no Brasil, é preciso fazer aliança até com Judas para governar, merece reflexões novas. É preciso ir além da firula, da aparência, da desconstrução da metáfora chula e, obviamente, desinformada para captar o sentido político da fala. Cumpre perguntar: com quem, então, ele jamais se aliaria? Antes de responder, alguma digressão.
Judas era um dos seguidores de Jesus. Ele se tornou um símbolo da traição, o que lhe custou muito caro. Acabou se enforcando, dada a enormidade do seu ato, perseguido por sua consciência. No Brasil, os Judas não se arrependem. E ainda mandam enforcar. Lula, como afirmei no primeiro texto sobre o caso, nunca foi traído por ninguém. A depender da abordagem que se faça, ele fica melhor é no papel de traidor. A foto de Alan Marques na primeira página da Folha (em si, muito boa), com o presidente de mãos postas, olhos fechados, como quem ora, buscou um diálogo com a manchete: “No Brasil, Cristo teria de se aliar a Judas, diz Lula”.
A intenção da edição era fazer um pacote religioso. Por que alguém que defende a aliança com um símbolo da traição merece ser retratado como quem está sendo tocado pelo Espírito Santo é um desses mistérios que ou é explicado pela ignorância religiosa ou por um refinado senso de humor. Minha aposta? Bem… Se é para passar a impressão de que Lula está orando, dada a aliança confessa com Judas, então ele deve ser o sacerdote de alguma Missa Negra. O conjunto — Lula, sua fala e a foto que a ilustra — dá notícias de um tempo bárbaro. Agora vamos voltar ao ponto lá do primeiro parágrafo para exorcizar o demônio da má política já que não há o que exorcize o demônio da má consciência.
E com o capeta, Lula faria acordo? É bem provável que sim. O bicho pode ter chifres, rabo, pés virados para trás, recender a enxofre, bigode, peito estufado, olhos trincados de tão arregalados… Não importa! Só não pode ter pena colorida, bico grande e, bem, chamar-se FHC. O que estou querendo dizer, queridos leitores, é que uma declaração em si mesma infeliz; de notável ignorância específica — e não há especificidade que este generalista não despreze com a nonchalance típica dos ignorantes convictos —; grosseira até, revela a disputa pela hegemonia do processo político, sim, mas também uma concepção autoritária de poder.
Peço-lhes um esforço brutal, sei disso, mas é só por alguns segundos: imaginem-se no lugar de Lula, comandante máximo do PT. Esqueçam só um pouco de que o olhamos de fora para dentro, de que enxergamos sua trajetória como críticos e como analistas. Neste breve instante em que estamos vendo o partido com os olhos de seu criador, certamente divisamos nele virtudes únicas, redentoras, salvadoras. Pois bem: quais seriam as qualidades que fazem de José Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor e Jader Barbalho companheiros de trajetória, mas de FHC um inimigo cuja história, se possível, deva ser eliminada da memória brasileira ou permanecer como anátema? Lembrem-se: ainda estamos na, vá lá, mente de Lula: a que solução moral ele chegou para vituperar de modo obsessivo contra o antecessor, mas a se abraçar com aquelas outras personalidades?
Eis a questão que interessa. Não é só Judas, não! Judas, vá lá, não deixava de fazer parte dos planos do Altíssimo. À sua maneira, era alguém que tinha uma função naquela narrativa. E acaba se dando muito mal. É uma personagem trágica, triste! Lula poderia se aliar também ao capeta porque o que está em disputa é a hegemonia do processo político. Há forças políticas no país que, por enquanto ao menos, ele não pode subordinar — e tampouco elas se submeteriam voluntariamente à sua liderança. Então vale literalmente tudo. Judas é só o elemento menos deletério do ajuntamento. Todos os outros têm um preço que pode ser perfeitamente pago. E como Lula paga! Paga com ministérios! Paga com estatais! Paga com cargos de segundo escalão! Paga com juros! Paga até com o real supervalorizado! Ele só não aceita pagar o preço da alternância do poder. Porque, de fato, este é um dos preços que cobra a democracia.
Huuummm… As coisas começam a ficar mais claras. Aquela defesa desavergonhada que Lula fez das alianças — até com Judas! — não é um testemunho de realismo político, não! É a expressão de uma concepção autoritária de poder. E é isso que muitos se negam a entender. É evidente que ele não acredita que o país estaria em piores mãos se dividisse o poder com, sei lá, o PSDB; é claro que ele sabe qual foi o papel de FHC na história do país e qual foi o de Sarney — “o homem especial”. Ocorre que Sarney não ambiciona uma troca de guarda, de comando, e o PSDB, sim.
É por isso que o homem que não tem pejo de fazer coligação com Judas — e o capeta pode vir também — só não aceita que as oposições voltem ao poder. Porque aceitá-lo, coisa corriqueira em países civilizados, implica acatar o princípio da democracia. Não! Não estou cobrando que Lula se quede passivamente diante de uma eventual derrota eleitoral . Estou cobrando que ele, ao menos, respeite a lei, o que obviamente não faz. Mais do que isso: anuncia que continuará a desrespeitá-la.
Aquele que aceita Judas como um dado da realidade política não vai se subordinar, evidentemente, a um código legal. Há naquela metáfora destrambelhada, como se vê, muito mais do que ignorância episódica: há a truculência metódica disfarçada de realismo político.
E encerro com a foto, aquela, em que parece que ele está fazendo download do divino. Talvez estivesse mesmo recebendo uma mensagem do além. A ser assim, não vinha das Luzes.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Depois do sertanejo universitário temos diploma para prefeito e vereador! Vai entender?

Ontem (10/12/12) foi um dia crucial para a "nova história" de Santana do Araguaia, mesmo sabendo que o novo por aqui já nasce velho, amarrados a velhos partidos e partidários... Voltando ao dia de ontem, tivemos a Diplomação dos senhores e senhoras vereadores eleitos e do novo prefeito, uns dos poucos diplomas que conheço que ninguém precisa estudar para obter, mas certifico que escola também não dá diploma de caráter a ninguém.

A manhã foi movimentada no Cubículo Municipal, corrigindo, Câmara Municipal, a população santanense assistiu o que já tinha sido desenhado nas eleições 2012, só que agora estavam todos ali muito bem engomados, uns pensativos, talvez pensando já no novo carro, na nova casa... outros preocupados, talvez a lembrar que político em Santana é uma instituição de caridade ou um depósito de bebidas público, e já achando o salário pouco... alguns felizes, afinal representar o povo é uma honra, motivo de felicidade...

Os nomes dos diplomados são: (o que todo mundo já sabe, mas aqui é igual novela da globo, vale a pena ver de novo, outras nem valem tanto assim, mas a gente ver assim mesmo) Prefeito: Eduardo da Machado; Vice-Prefeito: Zé do Quinca; Vereadores: Dona Catarina, Jailson do Mandi, Gaguim, Prof. Carlos Vicente, Odalice, Beto Toledo, Andocha, Alessandra Guedes, Reinaldo Passarinho, Tião da Parasul, Elivany, Gasolina, Almir de Castro, Aparecida e  Eládio Filho. 

Como podemos ver o número de vereadores eleitos passaram de 09 para 15, mesmo sabendo que as Câmaras Municipais é o poder mais caro e mais vulnerável a corrupção, e desse assunto Santana do Araguaia entende, e cada vez mais fico mais convicto (as vezes temos que ser redundantes para sermos entendidos), política e prostituição são as duas únicas profissões que conheço que não exigem nenhum tipo de experiência anterior, e algumas experiências nem valiam apena serem resgatadas, mas o povo tem memória curta ou gosta muito de dinheiro fácil, a segunda opção é bem mais viável que a primeira.

Boa Sorte Santana do Araguaia!!!!!

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Política Nacional: Gilberto Carvalho tem razão: corrupção agora não está debaixo do tapete; é exibida com orgulho na sala de visitas!


Por Reinaldo Azevedo

Há, é evidente, uma outra leitura para a fala de Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência. Segundo ele, a corrupção, agora, “não está mais debaixo do tapete”.
No que concerne ao petismo, ao menos, ele não deixa de ter razão. As pessoas varrem pra debaixo do tapete o que sabem que não deveria estar na sala de visitas, aos olhos de toda gente, não é isso?
Quem esconde a sujeira conserva, ao menos, certo senso herdado de vergonha, ainda que não consiga viver segundo os valores que sabe serem os corretos.  Um governo que, numa atitude detestável, tente esconder a corrupção não é tão detestável a ponto de tentar naturalizá-la.
No petismo, como a gente nota, as coisas são diferentes. Muitos já nem se ocupam mais de esconder as ilegalidades. Os petistas querem transformar a corrupção num modo de fazer as coisas. Por isso já nem mais se envergonha.
Querem ver?
Lula foi convidado a falar sobre os folguedos de sua amante (não sei se ainda é) no escritório da Presidência em São Paulo. Respondeu o quê? Que não se pronuncia sobre assuntos particulares. É um escracho! “Assuntos particulares”? Ninguém queria ouvi-lo sobre sucessos de alcova, que tudo tem limite nessa vida (menos o Lula, claro…)
Voltemo-nos uma vez mais para esta foto, publicada a edição de VEJA desta semana.
Rosemary, a “madame” de Lula, decorou o escritório da Presidência em São Paulo com um painel de seu benfeitor e estampou sua imagem nas almofadas. Nós estamos falando de uma sala que é extensão da Presidência, órgão executivo de um Poder da República, que tem de ser, por lei, impessoal porque de todos.
A corrupção não é só a do dinheiro público.
A corrupção não é só a de costumes.
Há também a corrupção do caráter.
Gilberto Carvalho tem razão. Não se varre mais a corrupção pra debaixo do tapete. Agora ela é exibida como conquista e troféu na sala de visitas. Eles, de fato, se orgulham dela.

Café com Política de volta.....

Café com Política um dos maiores e melhores Blogs de Política da região está de volta, com opiniões inteligentes e irreverência.

Olá, amigas e amigos do Café com Política, depois de um tempinho inativo o Café volta aos trabalhos e, desde já, agradece as visitações diárias desde a última postagem até a presente data.

Pedimos desculpas pela ausência injustificada e esperamos continuar merecendo a valiosa visita de cada um de vocês.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Audiência Pública Pró-UNIFESSPA



IMPORTANTE:
NÃO PERCA!
 


                                            

A ESCOLHA DOS CURSOS
QUE SERÃO IMPLANTADOS EM SANTANA DO ARAGUAIA PELA UNIFESSPA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

Atenção você que está cursando ou já concluiu o Ensino Médio é hora de ajudar a discutir e escolher os Cursos Superiores que serão oferecidos pela UNIFESSPA ao povo do nosso município e região.

O DEBATE DE ESCOLHA DOS CURSOS SERÁ NESTA SEXTA-FEIRA, 30/11/12 ÀS 8 HORAS DA MANHÃ NA QUADRA DA ESCOLA JORCELI SILVA SESTARI E VOCÊ NÃO PODE DEIXAR DE PARTICIPAR DESTE MOMENTO HISTÓRICO PARA NOSSO MUNICÍPIO.

PRESENÇA DO DEPUTADO FEDERAL MIRIQUINHO, RELATOR DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA UNIFESSPA, TÉCNICOS DA UNIFESSPA, MEMBROS DO MOVIMENTO PRÓ-UNIFESSPA EM SANTANA DO ARAGUAIA, AUTORIDADES MUNICIPAIS, ALUNOS, PROFESSORES E A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA.  VENHA E PARTICIPE!

terça-feira, 13 de novembro de 2012

A estética da corrupção


Por Arnaldo Jabor
Meu Deus, como a CPI do Cachoeira e o "mensalão" do Zé Dirceu têm nos ensinado no último ano... Aprendemos muito sobre a estética da corrupção, sobre a semiologia dos casos cabeludos. Eu adoro o vocabulário das defesas, das dissimulações, as carinhas franzidas dos acusados na TV ostentando dignidade, adoro ver ladrões de olhos em brasa, dedos espetados, uivos de falsas virtudes. Quando explode um choro, é um êxtase. Alegam, entre soluços, que são sérios, donos de empresas impecáveis. Vai-se olhar as empresas, e nunca nada rola normal, como numa padaria. As empresas sempre são "em sanfona", "en abîme" - uma dentro da outra, sempre com "holdings", subsidiárias, firmas sem dono, sem dinheiro, sem obras, vagando num labirinto jurídico e contábil que leva a um precioso caos proposital, pois o emaranhado de ladrões dificulta apurações. Me emociona a amizade dentro das famílias corruptas. São inúmeros os primos, tios, ex-sócios, ex-mulheres que assumem os contratos de gaveta, os recibos falsos, todos labutando unidos. Baixa-me imensa nostalgia de uma família que não tenho e fico imaginando os cálidos abraços, os sussurros de segredo nos cantos das varandas, o piscar de olhos matreiros, as cotoveladas cúmplices quando uma verba é liberada em 24 horas, os charutos comemorativos; tenho inveja dos vastos jantares repletos de moquecas e gargalhadas, piadas, dichotes, sacanagens tão jucundas, tão "coisas nossas", que até me enternecem pela preciosidade antropológica de nossa sordidez.
Adoro ver as caras dos canalhas. Muitos são bochechudos, muitos cachaços grossos, contrastando com o "style" anoréxico das vítimas da seca, da fome - proletários 'chiques', 'elegantérrimos' pela dieta da miséria. Os corruptos tendem para a obesidade e parecem acumular dentro das barrigas suas riquezas sempre iguais: piscinas, fazendas, lanchões, 'miamis'. Todos têm amantes, todos com esposas desprezadas e tristes se consumindo em plásticas e murchando sob litros de botox, têm filhos paspalhões, deformados pelas doenças atávicas dos pais e avôs. Aprecio muito bigodões e bigodinhos. Nas oligarquias, os bigodes corruptos são poderosos, impositivos, bigodes que ocultam origens humildes criadas à farinha d'água e batata-de-umbu, camuflando ancestrais miscigenados com índios e negros, na clara dissimulação de um racismo contra si mesmos.
Amo o vocabulário dos velhacos e tartufos. É delicioso ver as caras indignadas na TV, as juras de honestidade, ouvir as interjeições e adjetivos raros: "ilibado", "estarrecido", "despautério", "infâmias", "aleivosias"... Os corruptos amam a norma castiça da língua, palavras que dormem em estado de dicionário e despertam na hora de negar as roubalheiras. São termos solenes, ao contrário das gravações em telefone: "Manda a grana logo para o F.d.p. do banco, que é um grande *#@, senão eu vou #@** a mãe deste *#&@ !!!" Outra coisa maravilhosa nos canalhas é a falta de memória. Ninguém se lembra de nada nunca: "Como? Aquela mulher ali, loura, 'popozuda', de minissaia? Não me lembro se foi minha secretária ou não". E o aparente descaso com o dinheiro? Na vida real, farejam a grana como perdigueiros e, no entanto, dizem nos inquéritos: "Ih!... como será que apareceram R$ 10 milhões na minha conta? Nem reparei. Ah... esta minha memória!..."
E logo acorrem os juízes das comarcas amigas, que dão liminares e mandados de segurança de madrugada, de pijama, no sólido apadrinhamento oligárquico, na cordialidade forense e sempre alerta, feita de protelações, dasaforamentos, instâncias infinitas, até o momento em que surge um juiz decente e jovem, que condena alguém e é logo xingado de "exibicionista". Adoro as imposturas, as perfídias, os sepulcros caiados, os beijos de Judas, os abraços de tamanduá, as lágrimas de crocodilo. Adoro a paisagem vagabunda de nossa vida brasileira, adoro esses exemplos de sordidez descarada, que tanto ensinam sobre o nosso Brasil. Amo também ver o balé jurídico da impunidade. Assim que se pega o gatuno, ali, na boca da cumbuca, ali, na hora da "mão grande", surgem logo os advogados, com ternos brilhantes, sisudos semblantes, liminares na cinta, serenidade cafajeste e, por trás de muitos deles, dá para enxergar as faculdades malfeitas, as 'chicaninhas' decoradas, os diplomas comprados. Imagino a adrenalina que lhes acende o sangue quando a mala preta voa em sua direção, cheia de dólares. Imagino os olhos covardes dos juízes que lhes dão ganho de causa, fingindo não perceber a piscadela cúmplice que lhes enviam na hora da emissão da liminar.
Os canalhas explicam o Brasil de hoje. Eles têm raízes: avô ladrão, bisavô negreiro e tataravô degredado. Durante quatro séculos, homens como eles criaram capitanias, igrejas, congressos, labirintos. Nunca serão exterminados; ao contrário - estão crescendo. Acham-se sempre certos, pois são 'vítimas' de um mal antigo: uma vingança pela humilhação infantil, pela mãe lavadeira ou prostituta que trabalhou duro para comprar seu diploma falso de advogado. Não adianta prender nem matar; sacripantas, velhacos, biltres e salafrários renascerão com outros nomes, inventando novas formas de roubar o País.
Adoro ver como eles gostam do delicioso arrepio de se saberem olhados nos restaurantes e bordeis; homens e mulheres veem-nos com volúpia: "Olha, lá vai o ladrão..." - sussurram fascinados por seu cinismo sorridente, os "maîtres" se arremessando nas churrascarias de Brasília e eles flutuando entre picanhas e chuletas. Enquanto houver 25 mil cargos de confiança no País, enquanto houver autarquias dando empréstimos a fundo perdido, eles viverão. Não adiantam CPIs querendo punir. No caso do mensalão, durante suas defesas no STF, vimos que muitos contavam justamente com as deficiências da Justiça para ganhar. Pode ser que agora mude tudo, depois desse julgamento histórico. Mas, enquanto houver este bendito Código de Processo Penal, eles sempre renascerão como rabos de lagartixa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Os postes saíram do armário

Por Guilherme Fiuza (ÉPOCA – edição 755)

O resultado da eleição em São Paulo confirma: se a economia brasileira não derrapar feio até lá – e nada indica que isso vá acontecer –, Dilma Rousseff deverá ser reeleita em 2014. Nesse caso, o Brasil será governado pelo PT por 16 anos, no mínimo. Getúlio Vargas, com ditadura e tudo, só conseguiu ficar 15 anos seguidos. E não tinha Valério, Delúbio e companhia no palácio. A ditadura Vargas era o Estado Novo. A democracia petista é o Estado Velho – e doente.
Poderia ser pior. Lula e Dilma mantiveram as instituições funcionando (até aqui), não tentaram nenhuma guinada autoritária explícita (só as dissimuladas, como o mensalão), cumpriram contratos e não caíram na tentação dos calotes, como seus parceiros argentinos. Isso não é pouco. Ou melhor: é pouco, mas é essencial. Pior se o país tivesse caído nas mãos de franco-atiradores como Brizola, Ciro Gomes e outros inspirados por ideólogos da salvação, como Mangabeira Unger.
Em 2000, o PT discutia se valia a pena embarcar na quarta candidatura presidencial de Lula. O filho do Brasil ainda não tinha nascido. Quem existia era o bastardo, o perdedor, que a cada quatro anos repetia seu disco de reclamações contra tudo e era descartado pelo eleitorado. Lula trabalhara bravamente para desacreditar o Plano Real, que seu partido tentou sabotar no Congresso Nacional. Depois da sua terceira derrota como presidenciável, boa parte do PT queria outro candidato em 2002 – o nome do ex-governador Cristovam Buarque era o mais cotado.
Aí o Brasil foi abalroado pela crise da Rússia, que agravou a anterior, no Sudeste Asiático, e José Dirceu teve a idéia de aparecer com o projeto Lulinha Paz e Amor. Em lugar do barbudo rancoroso – espécie de João Pedro Stédile urbano –, Lula apareceria como um conciliador, jogando fora suas próprias bandeiras de ruptura.
Foi um sucesso. A eleição foi ganha, e o perdedor ranzinza que ninguém aguentava mais (nem o próprio PT) virou messias. Com a economia nacional arrumada e o início de um período sem tormentas externas, os brasileiros passaram a acreditar que a vida estava melhorando porque Lula era pobre, e tinha consciência social. O PT ganhou na loteria – e está até hoje administrando o prêmio.
Prêmio que, vale lembrar, é colossal. O governo popular bateu seguidamente seus próprios recordes de arrecadação, com uma carga tributária entre as maiores do mundo. O país gigante deu a Lula e Dilma uma fortuna para administrar, e eles cumpriram sua missão: gastaram pesado com a máquina – que emprega os companheiros e os aliados dos companheiros (até terceiro grau ou aonde a vista alcançar). Derramaram as bolsas gratuitas pelo território inteiro, enriqueceram a floresta de convênios picaretas com os ministérios (como se viu nos Esportes, no Turismo e no Trabalho), que servem para a manutenção de uma infinidade de boquinhas com altos dividendos eleitorais. Torraram dinheiro grosso com a propaganda do governo dos coitados.
Esse é o Estado Velho do PT, que o Brasil resolveu eternizar. Um Estado que não precisa se preocupar em planejar nada, porque o país não lhe cobra isso. Infra-estrutura? A receita é a mesma: usina-dinossauro de Belo Monte, trem-bala imaginário, e o futuro vai sendo empurrado com a barriga e o marketing. Não há ninguém trabalhando para modernizar um dos países mais burocratizados do mundo, ninguém gastando neurônios com um planejamento tributário decente, ninguém projetando a organização das metrópoles caóticas – que dependem do governo federal para os grandes projetos viários, mas que receberão a Copa do Mundo cheias de remendos e disfarces.
O prefeito eleito Fernando Haddad achou engraçado se dizer o segundo poste de Lula (Dilma é o primeiro), e perguntar quem será o próximo. Não há dúvida: haverá um próximo, ou mais de um, para continuar torrando o prêmio lotérico do messias. O crime é tão perfeito que os postes já estão resolvendo sair do armário.
A defesa de Dirceu pediu ao STF a redução da sua pena, considerando o alto “valor social” do réu que combateu a ditadura. Antes de discutir se esse valor social será cotado em reais ou em dólares, seria o caso de perguntar ao ex-sequestrado e seus amigos qual o valor do resgate do Estado sequestrado por eles.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Governo "Agora é Trabalho" é uma DESGRAÇA (Essa é a palavra certa)

Prometi a mim mesmo não escrever mais sobre o desGoverno do Prefeito Jeová de Aguiar, (Porque falar desse "governo" é tão chato quanto contar carneirinhos pra dormir em noites de insônia) mas hoje quebro essa promessa.  A paralisia administrativa esboçada e vivenciada por esses mentores políticos desse governo é patética e recai sobre uma população cordeirinha demais, tão complacente que é capaz de perdoar 70 vezes 7 tantas desgraças gerada por um governo inerte, corrupto e calculista.

A grande ferida aberta que sangra pelos corredores da prefeitura, nos corredores das escolas, do hospital, nos corredores da vida enfim, não são apenas os atrasos de salários, o não pagamento de fornecedores, nas pouquíssimas obras e ainda assim super faturadas (Ex. Asfalto da av. Therezinha Abreu Vita), a ferida sangra em sua mais frágil vertente, a população de Santana do Araguaia que recebe a pancada dos atos insanos descritos acima, que vai ao posto de saúde e falta médico, que é internada no hospital municipal e falta soro fisiológico, falta medicamentos básicos, falta estabilidade econômica no comércio, é o fulano que não recebeu, que não paga ciclano, que não paga beltrano, e as dívidas se acumulam e os juros aumentam,  é um grande efeito dominó que gera o endividamento das famílias santanenses, a falta de saneamento básico, e o mais mísero grau de "cagada" gerado por essa administração é a falta de merenda escolar pras crianças que são o futuro da nação -se sobreviverem é claro!- Exagero? Mas a miséria ainda é a principal matéria-prima da violência.

O muito-pouco que evoluiu por aqui, vale dizer que é raro e desconhecido, são obras do acaso como o fenômeno que vemos em todos os períodos chuvosos: A água do Rio Campo Alegre sobe e as canoas sobem juntas, e não o contrário. Esse governo é patético, é sinônimo de desgraça (se quiserem rebater, rebatam, o Blog Bicho de Pé está de portas abertas).

A partir do dia primeiro de janeiro de 2013 mais uma vez temos grandes promessas de mudanças e eu vou continuar torcendo por uma mudança realmente significativa nessa cidade, e que seja para melhor, mesmo com o meu ceticismo "impregnado na alma" (porque acho que é muita gente pra comer uma paca só, e muita gente que contribuiu pra cagada pronta que aí está, e outra quem tem "cú" alugado não tem direito de cagar - mas isso é outro assunto que falarei em breve.) desejo toda sorte do mundo a Eduardo da Machado para que seu governo (Esse governo agora e não daqui a 16 anos) seja realmente SÓ ALEGRIA COM A GRAÇA DE JEOVÁ (alegria e Jeová nos sentidos majestosos das palavras).